sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Juízes e Saul

- Jerusalém não foi conquistada nos dias de Josué veja Josué 15:63. De acordo com juizes 1:8 a cidade foi incendiada pelo povo de Judá, mas o vers 21 é claramente dito que os benjamitas não desalojaram os jebuseus de Jerusalém. A cidade não foi realmente ocupada pelos israelitas senão já nos dias de Davi. A vitória da tribo de Judá deve ter sido apenas temporária.
- apesar de Josué derrotar as principais forças opositoras, ao introduzir Israel na terra de Canaã e dividi-las entre as varias tribos, muitas localidades permaneceram nas mãos dos cananeus e outros habitantes.
- Juiz 1 reúne informações que dão um quadro da conquista muito diferente do que nos oferece Josué 1-12, ou seja, a conquista resulta de atos individuais das tribos e continua muito incompleta. As informações que juizes narra sobre a instalação do povo no Sul estão muito mais próximas da historia do que a exposição sistemática de Josué 10. São tradições que põem em relevo o papel de Judá – ver juizes 1:9-17.
- Israel não contava com qualquer capital política nos dias dos juizes. Silo, que fora estabelecida como centro religioso, nos dias de Josué continuou nessa categoria nos dias de Eli. Visto que Israel não tinha rei não havia localidade central de onde um juiz pudesse oficiar. Esses juizes subiram a liderança conforme o exigiam as condições locais ou nacionais.
- A influencia dos juízes era regional – Eude era benjamita, Gideao manassita, Baraque neftalita, Jefeté Gileadita, Sansão danita. Só as tribos vizinhas respondiam a convocação para o exercito e se mobilizavam
- A seção retrospectiva de juizes termina com a referencia a morte de Josué em 2:6-9. então de 2:10 ate 3:6 o autor introduz o padrão cíclico que caracterizou a historia de Israel por mais de 300 anos. Após a geração de Josué haver passado, o povo esqueceu-se de Iavé, trocando pelos deuses de Canaã. Isto provocou a ira de Iave, de forma que ele enviou inimigos a Israel a fim de puni-los e despertar-lhe o interesse em retornar para os caminhos de Deus. Quando Israel se arrependia, Iavé levantava juizes que livravam a nação e assim experimentavam um período de paz e de justo governo. Novamente Israel dava as costas para o Senhor e caia em apostasia, então uma serie de eventos desabavam sobre a nação, reiniciando o ciclo punitivo.
- os inimigos que permaneceram na terra – os filisteus, cananeus, sidonios, heveus – habitavam na planície costeira ou na região mais baixa do vale de Baça, ao norte da Galiléa. Além disso, havia vários outros povos como os amorreus, hititas, jebuseus com os quais Israel se envolveu por meio de casamentos mistos e adoração religiosa sincretista.
- a religião cananéia penetrou em todos os níveis da vida dos israelitas desde o período dos juizes até pelo menos o tempo do cativeiro da babilônia. Graças aos textos cananeus épicos e relativos aos cultos encontrados em Ugarite é possível reconstruir as linhas principais do pensamento da pratica religiosa em Canaã.
- Após o estabelecimento das tribos de Israel em Canaã por volta do seculo XII enfraqueceu a união que caracterizava os grupos nômades. As tribos, organizadas em famílias e clãs dispersaram-se movidas pela necessidade de ocupar o território.
- Um dos fenômenos desse periodo e o caráter peculiar dos lideres. Eles apareciam repentinamente num momento de grande perigo e realizavam uma operação militar fulminante para salvar sua tribo ou mais tribos. São seis os lideres denominados salvadores ou juizes.
- Quem eram os juizes? Eram homens e mulheres dotados de poder por Iave, a fim de atender a certas emergências e que este oficio não era hereditário. O termo juiz não se refere estritamente a uma função jurídica, já que esta responsabilidade recaia sobre os anciãos. Mas significa um oficio de um líder militar e protetor - o conceito juiz designa um homem abastado e de linhagem, aceito por sua tribo ou varias tribos. O verbo sft, em hebraico possui dois significados – governar e julgar.
- os seis juizes do relato bíblico que provavelmente governaram são denominados juizes menores, pois pouco é conhecido sobre sua vida e nada sobre atos militares e heróicos e de salvação. Foram possivelmente lideranças que surgiram em tempos de paz. Os outros seis juizes salvadores são denominados juizes maiores pois foram lideres militares carismáticos, acompanhados, pelo ES que os guiava num momento de tragédia nacional. A liderança dos juizes maiores era intransferível – não passava como herança; após o cumprimento de sua missão, o juiz sai de cena. Há no relato bíblico uma tentativa fracassada de transferência de liderança e de poder que Abimelec reclama para si após matar seus irmãos. Esse era filho de Gedeao e de uma mulher sequemita (Cananéia de Siquem) e os habitantes de Siquem auxiliaram-no a organizar um “bando” e a dominar o território de sua tribo, Manasses. Ele se autodenominou rei de Israel, apesar de dominar apenas a região de Siquem e seus arredores.
- No entanto os anciãos eram a verdadeira liderança das tribos e não estavam dispostos a abdicar de parte de seu poder em favor do poder centralizador de um monarca. Somente no momento em que os filisteus, na metade do século XII a.C tornaram-se uma grande ameaça, os anciãs pediram um rei ao profeta Samuel. Os filisteus que vieram das terras e ilhas do mar Egeu, trouxeram consigo e monopolizaram a fundição do ferro e com ele, a confecção de espadas, pontas de laça, flechas e outros artefatos.
- Desde as historias sobre Sansão um dos seis juizes maiores percebe-se a pressão feita pelos filisteus sobre as tribos de Israel. Essa pressão intensificou-se nos dias de Samuel, a situação tornou-se cada vez mais difícil e nessas circunstancias sua existência como povo dependia da união das tribos sob uma organização política sólida que pudesse enfrentar os inimigos. A solução seria o estabelecimento de uma monarquia, para isso o problema que deveria ser solucionado não era o de como fortalecer a organização tribal, mas o de como transformar um povo, com modo de vida ainda patriarcal e de regime tribal – regime enfraquecido – num estado com regime monárquico forte. O período foi por esse motivo de mudanças.
- Otiniel (juizes 3:9) foi o primeiro juiz e o único sem nenhuma falha explicita em guardar a aliança. O sucesso de Judá (tribo) promove Davi, que foi descendente dessa tribo.
- A expulsão dos arameus pelo juiz Otoniel também deve ter causado algum tipo de destruição, cuja evidencia pode ser constatada por diversas investigações arqueológicas. Albright diz que a Palestina no décimo quarto século encontrava-se com baixo numero de habitantes. Essa evidencia de poucos centros urbanos poderia refletir a destruição causada pelos arameus e outros povos predadores durante os dias dos primeiros juizes.
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-Eude
Após Otiniel ter conseguido repelir os arameus, Israel descansou por 40 anos.
- A opressão que surgiu em seguida parece ter afligido apenas uma área restrita, próxima a Jericó. O inimigo era Eglon, rei de Moabe, cuja existência, apesar de não mencionada em qualquer documento extracanonico, dificilmente pode ser questionada. Aliado aos amonitas e aos amalequitas, ele atacou Israel e exerceu uma soberania local por 18 anos.
- Como resposta as suplicas do povo, Deus levantou Eude que com a justificativa de oferecer tributos ao rei o assassinou. Eude então escapou para as regiões montanhosas de Efraim, onde arregimentou as milícias de Israel para segui-lo ate as margens do rio Jordão. Quando os moabitas tentaram retroceder para sua terra, acharam o caminho bloqueado e foram destruídos completamente.
- seguiu um período de 80 anos de paz que se refere a região centro-leste de Israel, sobre a qual Moabe tinha exercido controle.
- Terceiro juiz foi Sangar, libertou Israel do poder dos filisteus pouco tempo após a morte de Eude. Esse acontecimento bate com a chegada dos filisteus aquela região.
- Débora
Por vinte anos as tribos do norte sofreram sob a opressão cananéia, e nada podiam fazer em razão da superioridade militar do adversário. As referencias as carruagens de ferro – juizes 4:3 não apenas enfatizam essa vantagem estratégica, como também auxiliam a datar o evento visto que o ferro não tinha se tornado comum em Canaã ate por volta de 1200.
- Destacar alguns aspectos do poema de vitória de Débora que revela a falta de unidade entre as tribos. Débora parece ter sido juíza de todo o Israel, mas não conseguiu comandar uma frente unida contra os cananeus no norte. Ela menciona a participação de certos efraimitas “amalequitas”, Benjamim, Maquir, Zebulom, Issacar e Naftali. Rubem apenas deliberou a participação; Gileade (Gade) nem mesmo fez isto; Dã se deteve em navios, que pode ser a forma proverbial de descrever a covardia , e Aser permaneceu em sua terra. É notável a ausência de Judá e Simeão na lista. O que indica que a rivalidade regional já começava a minar a nação. Naquela época Judá já estava sentido seu isolamento, e as tribos do leste começavam a tomar seu próprio caminho.
- Gideao.
- Após o triunfo de Débora a terra descansou por 40 anos. Seguiu-se a dominação sob os midianitas que foi particularmente violenta, conforme registra a historia. Casas e cidades foram totalmente destruídas, de modo que covas e cavernas foram necessárias para abrigar os filhos de Israel (juizes 6:2). Todos os rebanhos e plantações eram destruídos e a terra experimentou grande destruição. A extensão do massacre foi grave, alcançando desde o vale do Jordão ate o sudoeste em Gaza.
- O que é notável nas narrativas dos ataques que Gideao fez contra a Transjordania para perseguir dois lideres midianitas que havia fugido para além do rio Jordão, foi a reação de Sucote, nesta cidade ele pediu alimento para a sua tropa faminta, mas o povo de Sucote negou-lhe baseando-se em que Gideao ainda não havia derrotado o inimigo e por isso não merecia apoio. Os residentes de Peniel também fizeram o mesmo. Esses fatos demonstram um profundo sentimento de regionalismo desenvolvido em Israel em quase 150 anos, um espírito que refletia um rompimento da irmandade ou da coesão entre as tribos. Os homens de Sucote e Peniel eram afinal israelitas, particularmente da tribo de Gade. A resistência contra Gideao serve para ilustrar a preocupação manifestada por Moises e josué a respeito das tribos estabelecidas ao leste do Jordão – num 32:6-15,20-27; jos 22:13-20 – o rio não era apenas uma fronteira física, mas também criara uma barreira psicológica. As sementes da desintegração israelita começavam a germinar e não demoraria muito ate que as tribos da Transjordonia se afastassem definitivamente do restante da confederação.
- A derrota dos midianitas estabeleceu 40 anos de paz. Então após a morte de Gideao o povo se afastou de Deus.
- Juizes menores
- Tola – seu governo não envolvia um inimigo estrangeiro, mas foi designado para restaurar a paz dentro de Manasses.
- os últimos cinco capítulos de juizes formam juntamente com o livro de rute o que poderia ser chamado de trilogia belemita de historias, cujo cenário e a era dos juizes.
- São assim designadas porque a cidade de Belém figura proeminente em cada uma delas.
- Os estudiosos defendem a idéia de que esses relatos ocorridos na época dos juizes foram incluídos no registro sagrado com o propósito de traçar as origens da dinastia davidica e justificar sua existência em oposição a linhagem de Saul.
1 – Mica e o levita – Juizes 17-18
Em juizes 18:1 – nos mostra o fato de Da não haver tomado posse de sua herança. Por falta de paciência a tribo decidiu seguir seu próprio caminho. Os estudiosos geralmente entendem que a migração de Da foi conseqüência de pressões exercidas pelos nativos da região, conforme sugerido em juizes 1:34-36. é preciso também observar a passagem de Josué 19:47 que relata que Da tomou a cidade de Lais, após ter sido o seu termo pequeno; Da estava com dificuldades para ocupar o seu território herdado. Uma parte da tribo impaciente por não poder conquistar o seu território moveu-se para o norte por conta própria; os danitas remanescentes ocuparam as cidades mencionadas em josué 19:40-46. destes danitas surgiu Sansão 300 anos mais tarde.
2 – O Levita e sua concubina Juizes 19-21
O levita obteve sua mulher em Belém e retornou a Efraim onde encontrou abrigo e segurança na casa de um ancião.
Visto que a concubina era oriunda de Belém, estabeleceu-se que os homens de Judá seriam os primeiros a atacar Benjamim. Bemjamim quase foi aniquilada. A motivação para se incluir essa segunda narrativa belemita é evidente. Reflete um mal aspecto dos benjamitas e indiretamente dos ancestrais que constituíram a dinastia de Saul. O sentimento pro-davidico parece cristalino par ao historiador sagrado.
3 – A historia de Rute – ligações patriarcais.
- O principal propósito do escritor foi traçar uma ancestralidade ligando o rei Davi a tribo de Judá e a cidade de Belém. Como nas duas historias anteriores houve um homem que partiu de Belém de Judá, mas enquanto os outros dois mancharam a reputação da cidade pelo comportamento, Elimeleque e sua família levantaram a sua moral. No livro de Rute vê-se que a cidade de Belém começa a se consituir no local ideal para o nascimento do Rei Davi. Na segunda historia os ancestrais de Saul, os benjamitas, tinham humilhado e desgraçado uma belemita, o que significa para eles muita agonia. Contudo, a cidade de Belém não apenas sobreviveu a essas crises, mas por fim produziu aquele que seria o sucessor de Saul, um homem segundo o coração de Deus.
- o ataque sobre Israel em Afeque descrito em I Samuel pode ter sido uma reação aos antigos ataques de Sansão contra os filisteus, que começaram mais ou menos nessa época. visto que Sansão foi fortalecido pelo Deus de Israel, o que poderia ser melhor do que atacar o centro religioso israelita em Silo?
- A época do reinado do primeiro rei – Saul encerra o periodo dos juizes. Seu reinado pode ser considerado nacional apesar de não ter conquistado todo o pais, nem ter conseguido unidade territorial, pois ele reuniu sob seu comando as tribos que o reconheceram como seu governante.





CONDIÇOES PREVALENTES
Áreas desocupadas
1:1-3:6
Ciclos políticos religiosos
2:6-3:6

NAÇOES OPRESSORAS
LIBERTADORES
Mesopotâmia
Otniel 3:7-11
Moabe
Eude 3:12-30
Filistia
Sangar 3:31
Canaã (Hazor)
Débora e Baraque 4:1-5:31
Midia
Gideao 6:1-8:35
Abimileque
Tola e Jair 9:1 – 10:5
Amon
Jefté 10:6 – 12:7
Filisteus
Sansão 13:1 – 16:31


CONDIÇOES CULTURAIS NOS DIAS DOS JUIZES
Mica e sua idolatria
17:1-13
Migração dos danitas
18:1-31
Crime e guerra civil
19:1 – 21:25


O período de 80 anos dos reinados de Davi e Salomão é em muitos aspectos a era de ouro da longa historia de Israel. Ate aquele ponto, mesmo nos melhores anos de Saul, Israel dificilmente se denominou reino ou mesmo estado, porque ainda não havia um reconhecimento significativo de uma unidade política fundamental.
Todo o peso do livro dos juizes foi o lamento por não existir um rei em Israel, o povo nem mesmo via Deus como seu rei, conseqüentemente não havia unidade política.
A falta de nacionalidade que perdurou por aproximadamente 450 anos é explicada de varias maneiras:
1 – por razoes praticas não era possível para as tribos nômades que estavam a caminho de Canaã existir em sentido nacional. Havia certamente uma coesão que os tornava uma federação, um reconhecimento de mesma ancestralidade e etnicismo e bases e objetivos teológicos comuns. Havia também uma constituição a qual a comunidade e os indivíduos eram sujeitos. Mas não havia uma terra própria, e sem uma terra, nacionalidade é simplesmente um ideal.
2 – A identidade tribal ainda prevalecia. Todavia existia o reconhecimento progressivo de que Israel era o povo de Deus, cuja inter-relação ultrapassa todas as diferenças tribais. Tal atitude permitiu que Josué unisse as tribos em um sentimento de cooperação e interesses comuns. Mas já havia sinais de independência naquele período, conforme visto no pedido das tribos de Rubem, Gade e Manasses (Josué 1:12-18).
Chamar Israel sob a liderança de Josué de nação e impróprio. Josué foi mais um mediador da aliança e líder militar do que um político. A verdadeira autoridade estava nas mãos dos anciãos, que agiam apenas dentro do limite de seu campo de trabalho. Não havia uma cidade que servisse como capital, de onde a política nacional produzisse seus rumos, a não ser que alguém considere que Gilgal ou silo fossem vistas dessa forma.
O período de juizes desde a morte de Josué até o reino de Saul deu origem a uma ocupação mais ou menos efetiva de alguns territórios, mas isso geralmente se acompanhava de uma desintegração da solidariedade das tribos. Os próprios juizes não eram políticos, e na maioria das vezes fizeram seu juizado em algumas regiões da terra.
3 – a geografia – o rio Jordão forma uma divisão natural entre as tribos do oeste e do leste. Em certas partes do ano é quase impossível cruzar o rio. Uma evidencia da divisão entre as tribos do oeste e do leste pode ser vista na indiferença dos lideres do leste, quanto ao pedido de Gideao que consistia em que perseguissem os midianitas naquelas terras (Juizes 8:4-9).
No tempo de Jefté houve até diferenças dialéticas entre as tribos do oeste e do leste (Juizes 12:6). E mesmo que tais diferenças não constituíssem necessariamente um antagonismo, o fato é que serviam para intensificá-lo.
Débora solicitou apoio as demais tribos de Israel. Não houve qualquer apoio das tribos do leste, nem do sul de Jerusalém.
Uma melhor visão das rivalidades tribais e regionais é obtida com uma atenção cuidadosa na historia do levita e sua concubina (Juizes 19:21). Alguns propõem que essa narrativa teve como propósito chamar atenção para um antagonismo entre Gibea e Belem. Gibea representa a monarquia saulida, e Belém a davidica.
A hostilidade entre Judá e Belém e aparente durante os primeiros anos do reinado de Davi.
O surgimento da monarquia sob Saul fez pouco para acabar com a crescente distancia entre Judá e as tribos do norte. Durante o seu reinado, o abismo entre as tribos tomava proporções consideravelmente grandes. Quando Saul fez uma convocação geral para livrar Jabes Gileade de Amom, 300 mil homens vieram de Israel, mas apenas 30 mil de Judá (I Sam 11:8).
*Saul
O requerimento de um rei é determinado por algumas razoes:
1 – o povo pede um rei por razoes pessoais – os filhos de Samuel, o ultimo dos juizes, constituíam mau exemplo para os filhos dos israelitas (ISam 8:1-5). A frustração do modo de vida dos filhos de Samuel fez o povo desistir daquele foram de liderança.
2 – o povo pede um rei por razoes políticas = o pedido não implicava a rejeição de Samuel, mas apontava para a falência de um modelo.
O instituto da monarquia oferecia pelo menos duas vantagens sobre o modelo anterior:
a) a centralização do governo, algo que não ocorria com os juizes.
b) ordenamento sucessório. O rodízio do poder seria menos traumático.

- PERFIL DA MONARQUIA
1 – Era uma monarquia situada no contexto da revelação de Deus.
2 – Era uma monarquia regida por uma constituição dada por Deus.
3 – A eleição era feita por Deus.
4 – Não era uma monarquia hereditária.
5 – ao rei não era deus.
A escolha de Saul foi mais baseada em dons carismáticos do que na linhagem dinástica normal. Ele não pertencia a qualquer linhagem especial – veio de uma pequena tribo de benjamim. Saul não foi aceito inicialmente como rei. Sua origem humilde, seu desdém pelas aparições em publico explica as reações contrarias. Mesmo após ter estabelecido em Gibea, em um “palácio”, que a arqueologia provou ter sido de pouca importância e beleza. Saul sempre mostrou pouca desenvoltura com a realeza. De fato quando estorou a primeira crise nacional, e seus oficiais o procuraram para que providenciasse o socorro encontraram-no arando o campo com seus bois. Temos que reconhecer o aspecto primitivo do reinado de Saul mas foi a esperança de sobrevivência para Israel.
O reinado de Saul foi um estagio de transição entre a forma de governo tribal ou de cidade-estado para o estabelecimento de um Estado. O governo de Saul não se estendeu sobre um estado territorial continuo. Foi primeiramente um rei militar, convocado num tempo de carências. Mas estava a frente de diversas tribos, as quais o escolheram por etapas (1Sam 8,10:17-27 relata sua eleição por meio de sorte em Masfa, 9:1-10 descreve sua unção em Efriam, o capitulo 11 descreve sua aclamação como rei em Guilgal.
A drástica mudança política e a escolha de um candidato pouco promissor para a nação constituíram um momento oportuno para os amonitas fazerem o primeiro ataque. Escolheram Jabes-Gileade porque alem de situar-se distante de Gibeá, dificultava uma mudança na estratégia logística do exercito de Israel e era provavelmente o local dos ancestrais de Saul.
Cercaram a cidade e ameaçaram destruí-la totalmente a menos que seus habitantes decidissem fazer uma aliança de submissão e deixassem que seu olho direito fosse retirado. O objetivo era mostrar a superioridade do rei dos amonitas e uma estratégia. Já que os soldados lutavam corpo a corpo com lança e escudo, precisavam de dois olhos. O escudo cobria o olho esquerdo. Portanto, sem o o olho direito os gileaditas ficaram incapacitados para o combate. Era tanto a confiança deles que permitiram que alguns mensageiros da cidade partisse por toda Israel a procura de socorro. Isto a fim de mostrar que mesmo ajuntando todas as suas forças Israel não seria capaz de resgatar aquela cidade.
Saul saiu vitorioso o que pos um fim as murmurações de sua liderança.
- Características de Saul
1 – era belo e forte – no mundo antigo a boa aparência de uma pessoa era uma bênção a ser reconhecida.
2 – era sensível – I Samuel 9:5 – procurando as jumentas do pai, e distante de casa, Saul percebe que a hora avançou muito e que a partir daí o pai ficara preocupado. E ele não queria isso.
3 – era líder – I Sam. 11:4-7. e I Sam 14:52
4 – era guerreiro – começou o seu reinado com uma grande vitória sobre os amonitas que ameaçava a cidade de Jabes-Gileade.
Era com a filistia que Saul estava constantemente envolvido. Desde Sansão Israel estava em choque com os filisteus.
O grande erro de Saul foi ultrapassar as fronteiras estabelecidas para ele. Saul foi escolhido para ser rei nunca foi chamado para ser filho de Deus e em nenhum momento recebeu qualquer privilégio sacerdotal.

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